Tipos de Zoonoses
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Publicado em 18/03/2021 09:15 - Atualizado em 18/03/2021 09:52
ZOONOSES
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Zoonoses como doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos. A transmissão pode ocorrer de forma direta ou indireta, por meio de vetores como mosquitos e pulgas, de contato indireto com secreções, pelo consumo de alimento contaminado com o agente causador da doença, entre outras formas.
Você sabia que temos aqui um setor de combate a zoonoses?
Pois é! Este setor é responsável pela execução das ações, das atividades e das estratégias de vigilância para a prevenção e controle de zoonoses de relevância para a saúde pública.
Dentre as atividades oferecidas, temos a realização de exames em cães para detecção de leishmaniose e posterior recolhimento desses animais, o atendimento de denúncias de maus-tratos aos animais, a orientação sobre os agravos de doenças zoonóticas, o acompanhamento de surtos relacionados a essas doenças no município, a retirada de animais mortos em vias públicas, a vacinação de cães e gatos contra raiva, o controle populacional de cães e gatos, dentre outras ações.
E tem mais!
O município está adquirindo um espaço para criação do Centro de Acolhimento Transitório de Animais (Cata), onde será possível dar amparo aos animais em situação de vulnerabilidade e ampliar as atividades do setor.
E as principais Zoonoses, você conhece? Que tal saber um pouco mais?!
LEISHMANIOSE
É uma doença infecciosa sistêmica causada pelo protozoário Leishmania infantum chagasi, tendo como sintomas febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso e fraqueza, redução da força muscular e anemia.
A transmissão ao homem acontece por meio de animais silvestres ou cães domésticos, sendo estes, fontes de infecção. As fêmeas do flebótomo (mosquito palha) podem picar animais doentes e posteriormente os humanos, funcionando assim, como agente transmissor entre animais e humanos.
Prevenção:
Avaliação do animal pelo médico veterinário, limpeza de quintais com a retirada de folhas, troncos e restos de vegetação, para evitar a reprodução do mosquito, remoção do lixo e limpeza de vias públicas, uso de telas de malha fina em janelas e portas.
A doença tem tratamento gratuito para os humanos e está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Os animais contaminados devem ser levados ao médico veterinário para orientação da conduta a ser tomada.
RAIVA
É causada por vírus, geralmente letal, uma vez que atinge o sistema nervoso. Os sintomas são irritação e excitabilidade, agressividade, dificuldade de engolir e andar e paralisias musculares.
Prevenção:
O controle é feito pela vacinação dos animais domésticos, controle de morcegos hematófagos, observação de cães/gatos após mordeduras e vacinação/soroterapia humana pós-acidentes. A infecção acontece por meio do contato com a saliva de animais ou morcegos contaminados, perante alguma porta de entrada, como mordeduras.
Não existe tratamento para esta doença, por isso é muito importante a prevenção.
TOXOPLASMOSE
É uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Os sintomas são febre e dores musculares, dores de cabeça, entretanto, 90% das pessoas não apresentam sintomas. A Toxoplasmose pode causar cegueira nos recém-nascidos.
A transmissão acontece pelas fezes de felinos, ingestão de carne crua ou mal cozida, verduras e vegetais mal higienizados, e da mãe para o feto, durante a gestação.
Prevenção:
É preciso realizar o controle da população de felinos, eliminar as fezes desses animais, diariamente, em locais adequados, bem como higienizar a bandeja de fezes com água quente.
Além disso, é necessário evitar manipulação e ingestão de carne crua ou mal passada, higienizar, adequadamente, frutas e verduras, e orientar gestantes sobre a transmissão.
Outro ponto importante é que carcaças de animais sejam enterradas em locais apropriados nas áreas rurais.
ESPOROTRICOSE
É uma micose causada pelo fungo Sporothrix spp., que pode acometer tanto animais quanto humanos.
O homem é infectado após contato com o fungo, por meio de arranhões e mordidas de gatos que já tenham a doença, ou pelo contato de pele, diretamente, com as lesões de felinos infectados. O tratamento tanto dos casos humanos quanto dos animais é realizado com antifúngico prescrito por especialista. Os sintomas são lesões na pele, que começam com um pequeno ponto vermelho e podem aumentar de tamanho, evoluindo para crostas, com o passar dos dias.
Prevenção:
É preciso castrar os felinos, especialmente os machos, para minimizar as brigas e contatos com outros animais na rua, evitar que os gatos tenham acesso à rua, fazer uso de luvas durante o manejo do animal acometido pela doença e após o contato, lavar as mãos com água e sabão, limpar o ambiente onde o gato vive com água sanitária ou cloro, utilizar luvas durante as práticas de jardinagem ou manipulação do solo e notificar a enfermidade as autoridades de saúde, caso as lesões ocorram em humanos.
LEPTOSPIROSE
É causada pela bactéria do gênero Leptospira, transmitida pela urina de ratos e outros animais. Ao apresentar os sintomas, o paciente deve procurar um médico para indicação do tratamento adequado. Os sintomas são febre alta e dor de cabeça, dores pelo corpo, pele e olhos amarelados. Nos casos mais graves, pode ocorrer alterações pulmonares, sangramentos e alterações urinárias.
Prevenção:
É realizada através de obras de saneamento básico, limpeza nas residências, controle de roedores nos domicílios e ao redor deles, em terrenos baldios e destinação correta do lixo. Além disso, é importante evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças brinquem nessas águas.
Em casos de enchentes ou necessidade de permanência na água parada, faça a utilização de botas de borracha ou sacos plásticos duplos, e evite restos de alimentos e ração de animais, em ambientes externos.
FEBRE AMARELA
É uma doença infecciosa febril, causada pela picada de mosquitos contaminados pelo vírus da febre amarela. Os sintomas envolvem febre de início repentino e calafrios, dor no corpo e de cabeça, enjôo e vômitos, fadiga e fraqueza, além de pele e olhos amarelados.
Em ambientes silvestres, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes podem transmitir a doença aos primatas não humanos, como os macacos. Dessa maneira, estes animais podem alojar o vírus e transmiti-lo para esses mosquitos.
Os macacos não transmitem o vírus diretamente para os seres humanos.
Prevenção:
A vacinação é a única forma de se prevenir!
DENGUE
É uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que tem como sintomas febre alta (39° a 40°C), de início repentino e duração entre 2 e 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Além disso, perda de peso, náuseas e vômitos também são comuns.
A infecção ocorre através da picada do mosquito parasitado com o vírus.
Prevenção:
É necessário eliminar poças de água, vedar bem caixas d’ água, colocar as plantas em vasos de areia, manter os terrenos das casas limpos, sem locais que possam funcionar como reservatórios de água, entre outras medidas.
FEBRE MACULOSA
É causada pela bactéria do gênero rickettsii. A transmissão ocorre pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense, infectado pela bactéria. Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte, cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.
Para que a doença seja transmitida, o carrapato precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os sintomas são febre alta, dor no corpo e de cabeça, ausência de apetite, desânimo, erupção da pele, principalmente nas palmas das mãos e dos pés.
Prevenção:
É importante evitar o contato com carrapatos, examinando o corpo cuidadosamente, a cada três horas pelo menos, usar roupas claras, visto que, facilitam enxergar melhor os carrapatos, manter o ambiente limpo, caso tenha animais e continuar com o protocolo de combate a ectoparasitas em dia.
por Comunicação