Memorial Affonso Penna
Memorial foi inaugurado em 13 de junho de 2009
Publicado em 18/06/2010 15:59 - Atualizado em 03/12/2019 11:14
Para Visitação
Aberto: Terça a Domingo
Horário: de 8h às 12h e 13h às 17h
Com condutor e sem cobrança de taxa
Para grupos, agendamento prévio no (31) 3832-1616
Mausoleu do presidente e sua família
Fachada do Casarão
Mausoléu
![Forro do Memorial Affonso Penna](//portalfacilarquivos.blob.core.windows.net/uploads/SANTABARBARA/img/{43DDEADD-E4AA-AEA3-4EA8-1B5BCEB6D76A}/{43DDEADD-E4AA-AEA3-4EA8-1B5BCEB6D76A}_450X650.jpg)
Pintura em estilo rococó, sob o forro da sala principal do antigo casarão de Affonso Penna, com cenas profanas, representando alegoricamente os quatro continentes até então conhecidos no século XVIII, sendo África, Europa, Ásia e América
A Casa Grande, que sedia o Memorial Affonso Penna, está localizada no complexo do Centro Histórico de Santa Bárbara. Além de ser um exemplar da arquitetura colonial, possui grande relevância histórica e simbólica para os santabarbarenses, já que nela nasceu, em 30 de novembro de 1847, o presidente Affonso Augusto Moreira Penna.
A casa mostra-se como uma evolução das típicas residências do período colonial. Suas características e tipologia arquitetônica datam possivelmente do séc. XVIII, com características marcantes do início do séc. XIX, como janelas com vergas em madeira alteadas, porão habitável, janelas em guilhotina e vidro, um número considerável de aberturas e pé direito alto.
Segundo a museóloga Inês Coutinho, a restauração utiliza padrões internacionais, com salas tratadas museograficamente por temas que abordam as formas de vida, as características urbanas e arquitetônicas coloniais, a história política de Affonso Penna e a educação que recebeu no Colégio do Caraça, dentro de um contexto histórico e regional. “A proposta impõe um circuito cujos temas irão se sucedendo, de acordo com o conceito elencado. Entrando na casa, o visitante será introduzido a uma fascinante viagem que o transportará ao passado, através da arquitetura de época e da vida resgatada de Affonso Penna”, explica.
No Memorial, inaugurado em 13 de junho de 2009, o visitante tem a oportunidade de conferir vários jornais com notícias da trajetória política do presidente, livros diversos e quadros retratando a família. Além disso, objetos pessoais como uma pasta de couro que Affonso Penna utilizava no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, nos despachos com seus ministros, e seu binóculo chamam a atenção de quem passa pelo Casarão.
O bisneto do presidente, Affonso Augusto Moreira Penna, ou Affonso Penna bisneto, também doou ao Memorial documentos históricos valiosos, como a cópia de um ofício que o presidente enviou, em 15/11/1906, ao Imperador chinês, informando sua posse na presidência do Brasil e formulando votos para o estreitamento das relações diplomáticas, comerciais e culturais entre Brasil e China. O ofício original está guardado no Museu Imperial de Pequim, na China.
Mausoléu e monumento - Instalado no jardim do Memorial, o mausoléu - com os restos mortais de Affonso Penna, de sua esposa Maria Guilhermina de Oliveira Penna e de seus três filhos, Álvaro Augusto Moreira Penna, Olga Affonso Penna e Dorah Moreira Penna - foi transferido, em 13 de fevereiro deste ano, do cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. O monumento, inaugurado em 1912 - três anos após a morte de Affonso Penna -, foi confeccionado em mármore de Carrara por José Maria Oscar Rodolfo Bernardelli, famoso artista mexicano, radicado no Brasil em fins do século XIX. O túmulo é formado por quatro colunas arcádicas, encontrando-se em sua cobertura um vitral com a bandeira do Brasil. A figura de uma mulher chorando sobre a lápide de 3 mil Kg representa a República. O estilo do mausoléu é eclético, misturando Néo Clássico com Art Noveau.
Painel - Uma das grandes descobertas na restauração foi a existência de uma pintura em estilo rococó, sob o forro da sala principal do antigo casarão de Affonso Penna, com cenas profanas, representando alegoricamente os quatro continentes até então conhecidos no século XVIII, sendo África, Europa, Ásia e América. Na pintura, encoberta há mais de cem anos, destacam-se animais como o leão e o elefante, caracterizando a África. Na parte da Ásia, valorizam-se os aromas, com presença do incenso e ervas. Na Europa, valorização da ciência, das conquistas e o domínio do mundo no período, com destaque para bandeiras, globo terrestre e instrumentos científicos. Já na referência à América, predomina-se a valorização do tropical, com presença de animais silvestres, como arara vermelha e macaco, e coqueiros com frutos.
Sobre Affonso Penna - Affonso Penna nasceu em 30 de novembro de 1847, em Santa Bárbara, Minas Gerais. Filho do comerciante português Domingos José Teixeira Penna e de Ana Moreira dos Santos Penna, estudou humanidades no Colégio do Caraça, também em Santa Bárbara, e diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1870, na mesma turma de grandes nomes como Rui Barbosa, Castro Alves, Rodrigues Alves e Joaquim Nabuco. Doutorou-se, também pela Faculdade de Direito, em 1871. Foi casado com Maria Guilhermina de Oliveira Penna, filha do visconde de Carandaí. Apesar de formado, Affonso Penna não aceitou seguir a carreira acadêmica. Resolveu retornar à Santa Bárbara e exerceu a advocacia. Em seguida, mudou-se para Barbacena, onde também atuou como advogado em defesa dos escravos.
No ano de 1874, assume o primeiro mandato como deputado Provincial de Minas Gerais; em 1878 é eleito deputado geral; 1891 torna-se senador e, no ano seguinte, presidente (governador) de Minas Gerais. Em 1893 transfere a capital mineira de Ouro Preto para Curral d’El Rei, atual Belo Horizonte. Já em 1900 é eleito senador estadual e, em 1903, renuncia ao mandado para ocupar a vice-presidência do Brasil, no governo de Rodrigues Alves. Também passa a presidir o Senado. É em 1906 que Affonso Penna é eleito presidente do Brasil, falecendo no ano de 1909, no Palácio do Catete, no Rio, em 14 de junho.
por Comunicação