Casa do Mel
O mel Santa Bárbara já fez fama nacional. Para mostrar aos visitantes tudo sobre a cultura do mel, a Prefeitura restaurou uma casa típica do século XVIII e inaugurou a Casa do Mel em junho de 2007.
Publicado em 17/06/2010 14:57 - Atualizado em 03/12/2019 11:38
Para Visitação
Aberto: Terça a Domingo
Horário: 8h às 12h
Para grupos, agendamento prévio no (31) 3832-1616
Casa do Mel
Lojinha do mel
O mel Santa Bárbara já fez fama nacional. Para mostrar aos visitantes tudo sobre a cultura do mel, a Prefeitura restaurou uma casa típica do século XVIII e inaugurou a Casa do Mel em junho de 2007.
O local trata-se de um belo casarão de dois pavimentos construído num terreno de pequena inclinação, em meados do século XIX, todo estruturado em taipa de pilão e adobe, na esquina das ruas Domingos Pena, antiga Rua dos Machados com João Felix Correa, no centro da cidade. O partido alterado incluiu vários acréscimos na parte posterior da edificação.
A edificação possui apenas um passeio fronteiriço, pois da Rua João Félix Correia, ao invés de passeio parte um pequeno patamar, pavimentado por lajotas de barro fabricadas por oleiros da comunidade de Cubas, com três degraus de convite que terminam numa varanda lateral muito simples. Neste lado seguem-se quatro janelas guarnecidas por vergas retas, todas do tipo guilhotina, com vedação em caixilho de vidro estruturada em madeira. A porta está implantada entre a terceira e a quarta janela ao abrigo da pequena varanda.
A porta principal, de uma simplicidade imponente, também tem verga reta, sobreverga sem trabalho artístico de marcenaria e o enquadramento em madeira, vedação do tipo calha ostentando um estilo comum às edificações rurais do interior das Minas já de economia agrária.
No andar térreo que dá frente para a antiga Rua dos Machados existe um cômodo de comércio, à moda de porão, com duas portas de entrada e outra interna ligando-o um pequeno e bucólico quintal. Após a restauração o grande quintal que existia, um misto de horta, pomar e jardim, foi transformado em área de convivência para atender aos inúmeros visitantes da Casa do Mel.
Embasada em pedra seca arrumada sob reboco possui um trabalho de marcenaria bem harmonioso. O telhado recortado em quatro águas arrematado por longos cachorros forrados à moda de guarda-pó se relaciona dialogicamente com o forro do interior de esteira de taquara da terra; o piso, no pavimento superior é de tabuado corrido de madeira nobre e no inferior de lajotas de barro.
A edificação como um todo tem a simplicidade rebuscada da arquitetura de meados do século XIX, quando a economia das Minas Gerais, movida pela exaustão do ouro de aluvião, se apegava a um modelo agrário de sobrevivência, capaz de oferecer uma sobrevida aos “mineradores de lavra exaurida”, como se referia aos primeiros mineiros destas bandas o Monsenhor Mendes, vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Catas Altas.
Duas heróicas jabuticabeiras, sobreviventes do antigo pomar que ali existiu e algumas poucas plantas ornamentais, na primavera, além de enfeitar, servem de repasto às abelhas que esvoaçam por ali em busca da pequena, porém diversificada, florada existente.
No grande quintal existente realizou-se a festa de casamento de Dona Didita - Maria Geralda Rodrigues Ferreira - uma das filhas mais velha do casal Manoel Rodrigues da Costa, apelidado “Neco Pau Mulato” e Dona Maria Arcanjo Rodrigues, que hoje emprestam seus nomes à Casa do Mel.
Didita conta com boa lembrança e emoção que nasceu naquela casa e nela viveu por 28 anos até seu casamento com Geraldo Ferreira. Lembra com manifesta emoção da festa do seu casamento realizada no quintal do casarão onde morava. Os convidados ficaram hospedados nos vários cômodos da casa e no porão. “Os doces servidos, em calda e cristalizados, foram feitos de frutas do nosso pomar”, diz Didita saudosa. “Um farto ajantarado foi preparado tendo por base os frangos, porcos e galinhas, criados no terreiro da cozinha”, diz ela parecendo sentir ainda hoje o sabor daquela comida genuinamente mineira.
Conta-se que por volta de 1922, quando era prefeito o Dr. João Motta, um comércio de secos e molhados foi instalado no porão da casa. “Foi um reboliço danado no comércio local”. Contava Raimundo Felipe dos Santos, Minga, da Corporação Musical Santo Antônio, que ali comprava as paletas para os saxofones da banda. “Era uma venda pequena que vendia mais barato e isso incomodou tanto que o prefeito, pressionado pelos grandes comerciantes mandou fechar o lugar alegando falta de documentos na prefeitura”.
Em 2005 a Administração Municipal sentindo ainda o eco das comemorações dos 300 anos da cidade, de comum acordo com os proprietários, procedeu à desapropriação do casarão. Sua restauração total e a concepção da CASA DO MEL aconteceram durante os anos de 2005 e 2007 sendo inaugurada com grande festa em 2007.
A Casa do Mel é mais um importante espaço para abrigar, desenvolver e difundir uma das principais e mais nobres atividades econômicas do município: a apicultura. É também um equipamento turístico à altura da cidade que vem se preparando para ter na apicultura uma real e dinâmica alternativa de receita.
Além de um roteiro temático, a Casa do Mel está divida em três partes: Cozinha do mel: um espaço para cursos permanentes de culinária ligada ao mel. Colméia: um roteiro estruturado com condutores treinados, capazes de mostrar de forma criativa todo o processo do mel, desde a história das abelhas, passando pelas colméias até chegar ao posto de beneficiamento. E a Loja do Mel: espaço terceirizado, destinado à exploração de uma loja que comercialize produtos ligados ao mel, material alusivo à Casa do Mel ou ao processo de produção.
por Comunicação